TESTEMUNHAR A FÉ

São Sebastião, comemorado no dia 20 de janeiro, assim como outros santos, é muito admirado, mas pouco conhecido. Celebremos o mistério de Cristo em sua vida, como muitas comunidades cristãs o fazem neste tempo, conhecendo seu testemunho de fé! Ele foi um mártir do terceiro século do cristianismo. Saibamos honrá-lo, glorificando a Cristo que ele soube testemunhar pelo dom, igualmente, total de sua vida. Preparando-nos para a grande festa em seu louvor, recordemos algumas de suas virtudes. Elas nos servem de exemplo e inspiram a vivência de nossa fé.  Sebastião viveu num tempo que era proibido confessar-se seguidor de Jesus. Os cristãos eram presos sem piedade. Ele, embora soldado romano, às escondidas, com a força do Espírito Santo, confortava e ajudava os demais cristãos perseguidos, levando-lhes palavras de fé e confiança em Deus. Muitos se convertiam diante da firmeza de seu testemunho e das denúncias que fazia das injustiças. Apaixonado por Deus, foi um grande defensor da verdade. Seu amor a Cristo e sua coragem levaram-no ao martírio.

Padre José Aparecido Ferro Martinez Paróquia Santa Rita de Cássia, Fernandópolis
Padre José Aparecido Ferro Martinez
Paróquia Santa Rita de Cássia, Fernandópolis

Festejá-lo é mais do que suplicar graças e bênçãos, é louvar e agradecer a Deus pela herança da fé que ele nos deixou. Jesus Cristo está no centro dessa festa. Sebastião é o anfitrião que nos oferece a Palavra de Deus e o Pão Eucarístico, que ele mesmo recebeu no decurso de sua vida. Festejá-lo é rezar juntos, em comunidade, acolhendo e atendendo os necessitados, e promovendo a partilha de recursos que visam, na gratuidade, dar sustentabilidade à vida e à missão da Igreja.

Hoje, a exemplo de São Sebastião, muitas pessoas cristãs dão testemunho de santidade por meio de seus exemplos, ensinamentos e ações. São pessoas que convivem conosco sem serem muito percebidas. Elas doam suas vidas visitando, confortando e comunicando a Palavra de Deus aos enfermos, às pessoas idosas e aos presidiários. Elas acompanham e educam crianças e adolescentes em projetos comunitários. Elas lutam por meio de associações de moradores e sindicatos pelos direitos dos cidadãos e trabalhadores. Sendo pouco reconhecidas, são mártires do silêncio.

Hoje, a exemplo de São Sebastião, há tantos que trabalham na área social de nossas comunidades, não reconhecidos e até mesmo perseguidos porque vão contra o sistema injusto de nossa sociedade. Estes são os confessores da fé, que não foram mortos como os mártires canonizados, mas vão dando suas vidas todo dia, durante toda a vida, morrendo para si, vivendo para Deus e o próximo. Eles testemunham a fé, abraçando a cruz de Cristo no amor aos irmãos, conscientes de sua exortação: “aquele que não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38).

Os seguidores de Cristo, em comunhão, constituem a Igreja santa e pecadora. Sendo imperfeitos, se reconhecem necessitados de se achegarem sempre mais à fonte de santidade que é Jesus. Cabe a nós, cristãos, a tarefa de fazer com que a Igreja na sua humanidade, traduza suas virtudes em ações concretas, por meio das quais, testemunhe, a exemplo de São Sebastião, a sua fé. Que São Sebastião nos inspire a viver cada dia mais essa vocação à santidade, aderindo sempre mais a Cristo e ao seu projeto de vida e salvação.

Fernandópolis, 12 de janeiro de 2017.

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