Papa visita universidade pública de Roma nesta sexta-feira

O Papa Francisco tem compromisso com os estudantes, professores e funcionários da universidade pública Roma Tre na manhã desta sexta-feira (17). É a primeira vez do Pontífice em uma instituição do gênero na Itália, em específico, uma universidade conhecida pela sua atenção aos problemas sociais da cidade e frequentada por cerca de 40 mil estudantes. Em 2002, o Papa João Paulo II já tinha visitado o local.

“Certamente é uma experiência positiva para nós, estudantes. A gente sente o Papa muito próximo e gostaríamos mesmo de ouvir o que ele tem a nos dizer, por exemplo, em relação às problemáticas que enfrentamos como o tema do trabalho, a esperança no futuro, a motivação em poder construir uma família, que é um tema, atualmente, em forte crise. É muito importante que fale dos valores fundamentais que estão sendo perdidos nesta época de internet, em se tratando das relações entre as pessoas.”

Uma refugiada política, que fugiu do seu país em guerra, poderá dar o seu testemunho ao Papa. A estudante Nour Essa, de 31 anos, é formada em Agricultura na Síria, tem especialização em Microbiologia na França e está inscrita no terceiro ano de Biologia  na Roma Tre. Francisco encontrou a jovem no campo de refugiados de Lesbos, na Grécia, e, junto com o marido e o filho, vieram a Roma a pedido do Papa.

Nós escapamos da guerra porque o meu marido foi chamado para o serviço militar. A gente não queria matar os nossos irmãos. Foi uma viagem muito longa, passada por muitos traficantes, do regime sírio, do autoproclamado Estado Islâmico. Pagamos cerca de 3 mil euros para chegar na Turquia. A vida lá era muito difícil. Chegamos em Lesbos e aí aconteceu a visita do Papa Francisco. E fomos chamados para vir a Roma no avião com ele.

Segundo o reitor da Universidade Roma Tre, Mario Panizza, os jovens sentem o Papa Francisco tão próximo porque experimentam a capacidade de compartilhar situações mais difíceis que as deles, de conflito e de dificuldades econômicas, mas abertas ao respeito e à harmonia entre as culturas, à integração e inclusão.

Penso que esse seu empenho, sobretudo perante os sujeitos frágeis, seja um traço importante para os jovens que certamente seguem essa indicação, mas também para  nós, educadores. Identificar ainda a parte ‘baixa’ do mundo e entender que as dificuldades econômicas que existem entre norte e sul do planeta também devem ser compreendidas. E  nós estamos no coração do Mediterrâneo, onde os problemas de paz são muito sentidos e são muito fortes.

Sobre o diálogo entre crentes e não-crentes, enfatizado por Papa Francisco, o reitor se diz satisfeito:

Acredito que isso pode colocar todos de acordo, porque existem valores de respeito com o próximo que são independentes do ser crente ou não crente. É o valor da cultura do respeito com o próximo. Sinto-me lisonjeado por ter um confronto com uma personalidade que hoje é também uma personalidade política, além de ser um guia da Igreja.

Roma e as quatro universidades públicas

A cidade de Roma tem quatro universidades públicas. A mais antiga é a La Sapienza com 700 anos. A outra é a Tor Vergata, que nasceu um pouco antes da Roma Tre. E ainda tem aquela instituição que se concentra na saúde e no esporte que é o Foro Italico. A Universidade Roma Tre nasceu em 1992 com o projeto de revalorizar uma área industrial e tem três missões: didática, pesquisa e atenção aos problemas sociais da cidade.

Fonte: Rádio Vaticano

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