Igreja indígena de todo o Brasil avalia a evangelização

A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Comissão Episcopal para a Amazônia, em parceria com a Comissão Bíblico-Catequética e Comissão Pastoral para a Liturgia, promoveram em Brasília, de 27 a 29 de março, um encontro sobre evangelização dos povos indígenas.

Participaram do evento bispos em cujos territórios vivem povos indígenas, lideranças que trabalham com povos indígenas, padres, religiosas/os e lideranças indígenas das comunidades católicas.

Dom Cláudio Hummes, Presidente da Comissão para a Amazônia e da Rede Eclesial Pan-Amazônia (Repam), ressalta que o encontro quis ouvir a atuação da Igreja junto às populações indígenas, em todo o Brasil:

“Quisemos ouvir de que forma a Igreja está presente na vida dessas comunidades, como está evangelizando, de que forma está inculturando a fé e como estamos assumindo as propostas do Papa Francisco de uma Igreja mais próxima daqueles que são os últimos; uma Igreja misericordiosa, uma Igreja que encoraja, caminha junto, que anima, que ajuda a não perder o sonho a esperança, uma Igreja desejosa que os indígenas sejam protagonistas de sua história e na evangelização”, conclui.

Leonardo Ferraz Penteado, do povo indígena Tukano e coordenador do conselho paroquial em Iauaretê, um povoado de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, avalia que estar junto com os bispos, em nível de Brasil, para refletir sobre a evangelização dos povos indígenas “dá muita esperança, no sentido de um trabalho em conjunto na Igreja, indígena e indigenista pensando juntos”.

Padre Justino Sarmento Resende, do povo Tuyuka, também de São Gabriel da Cachoeira, ordenado há 23 anos, conta que enfrentou vários desafios no sentido de não perder suas raízes na inculturação da fé cristã. “Nós temos nosso modo próprio de viver a fé, mas é no mesmo Deus criador que cremos, só vivemos de forma diferente”.

“Quando se pensa em povos indígenas é comum voltar-se para a Amazônia, que tem uma proporção populacional maior, contudo, vale ressaltar que no Brasil inteiro há povos indígenas”, lembra Marline Dassoler Buzatto, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Ao termino do encontro, foi constituída uma equipe para sistematizar as sugestões propostas pelos grupos de trabalho, que sugeriram três eixos para a Evangelização dos povos indígenas: formação específica dos missionários que irão trabalhar com os povos indígenas; oferecer formação e qualificação dos indígenas para serem eles evangelizadores discípulos missionários de Jesus Cristo e a instituição de ministérios e ritos próprios para os sacramentos e bênçãos para as culturas indígenas.

Fonte: Rádio Vaticano

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