1º DE MAIO – TRABALHO É FONTE DE VIDA

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Em nota especial a Pastoral Operária aponta que a realidade econômica, política e social do país, somada às condições de trabalho, estão dificultando e agravando a qualidade de vida das trabalhadoras e trabalhadores. Todos sentem na pele a perda dos direitos trabalhistas e previdenciários. Enfrentamos uma realidade em que o trabalho foi precarizado, o desemprego é alto e muitos trabalhadores são empurrados para o trabalho informal.

O professor e pesquisador Márcio Pochmann afirma que a cada dez trabalhadores no Brasil, quatro estão procurando trabalho. Este é um dado inédito no Brasil: 40% da força de trabalho procura por emprego. Essa situação obriga os trabalhadores a se submeterem a trabalhos precarizados, informais, mal remunerados, desprotegidos e temporários.

Em pesquisa recente, em Jales, voltada para identificar as realidades vividas pelo nosso povo, proposta pela 6ª Semana Social Brasileira, chamou a atenção que muitas famílias, especialmente aquelas que pagam aluguel, mesmo trabalhando, tem uma renda insuficiente para pagar as contas e enfrentam sérias dificuldades para colocar comida suficiente na mesa de seu lar. O problema da falta de comida das famílias só não é mais grave porque crianças e adolescentes são alimentados nas escolas e creches. É vergonhoso e cruel que a remuneração do trabalho seja insuficiente para o básico.

O trabalhador informal é aquele sem registro em carteira, autônomo, individual, sem contrato nem carga horária, à margem da seguridade social, como aposentadoria e auxílio doença. Nestas condições muitos são obrigados a trabalhar doentes ou sem estar devidamente recuperados para não passar fome. Em um futuro próximo, os trabalhadores informais não terão direito a aposentadoria e um novo e grave problema social estará criado: quem os sustentará e os alimentará?

Há ainda a realidade dos trabalhadores desalentados. São aqueles que procuram trabalho há tanto tempo e, por não o encontrar, desanimam até de procurar. A escassez de emprego no Brasil, além de um problema econômico, é um problema político. Infelizmente a maioria política não se preocupa com a classe trabalhadora.

O Papa Francisco denuncia que a falta de trabalho e o trabalho em condições injustas fere a dignidade humana. É nossa missão e compromisso de cristãos atuar nesta realidade para alterá-la. Que São José Operário nos fortaleça na fé e dê a coragem necessária para trabalharmos na realização do Reino de Deus e sua justiça.

Elza Maria de Andrade e Edilson Teixeira dos Santos

Professores e membros da Pastoral da Cidadania de Jales

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