Vaticano demonstra preocupação com políticas de Trump

As posições de Donald Trump em matéria ambiental, contra os imigrantes e em relação aos países em desenvolvimento “preocupam” o Vaticano, afirmou aos jornalistas o Cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. O encontro foi promovido em vista da divulgação da conferência da próxima semana pelos 50 anos da Encíclica de Paulo VI, a “Populorum progressio”.

“Por sorte”, disse o prelado, “inclusive nos Estados Unidos há vozes de divergência, vozes contrárias, em desacordo explícito contra as posições de Trump”. Dessa forma se espera, segundo o cardeal, que através da sociedade e dos meios políticos, “pouco a pouco o próprio Trump comece a repensar algumas das suas decisões”. O presidente dos EUA, de fato, “está realizando as suas promessas feitas durante a campanha eleitoral e espero que perceba a dissonância que existe entre a realidade das coisas e a campanha”.

E o Card. Turkson prosseguiu: “estamos cheios de esperança que as coisas mudarão”, pois “vários membros do episcopado estadunidense já comentaram sobre as posições do presidente e poderiam ter alguma influência sobre ele”.

Em matéria ambiental, observou o prelado, “uma outra potência mundial está repensando as suas posições, como nos esforços para controlar as temperaturas”. É o caso da China, um país “com sempre mais poluição”, que “prometeu destinar sete milhões de dólares” nesse âmbito.

Em se tratando de imigração, o Card. Turkson enfrentou o tema com muita prudência, sublinhando que, além do direito de emigrar, há aquele para não imigrar que deve ser apoiado pelas forças internacionais. E o prelado fez uma analogia: “a imigração é como a água que escorre da torneira, não se deve somente secá-la, mas fechar a torneira”. A imigração, explicou o prelado, é um fenômeno a longo prazo, por isso é necessário “programar de maneira mais sistemática e fechar a torneira”, promovendo projetos nos países de proveniência dos migrantes “para prevenir a necessidade das pessoas de emigrar”.

Outra prioridade para Turkson é “permitir o acesso aos mercados por parte dos países em desenvolvimento”. O cardeal enfatizou “a preocupação que a chegada de tantas populações aconteça em países onde há uma queda demográfica: onde há mais hóspedes que filhos, há sempre tensão. Dar asilo é pertinente quando há segurança na demografia local, mas quando há uma queda nos nascimentos, a chegada dessas pessoas preocupa as populações locais. O nascimento dos  nacionalismos deriva realmente daqui, da preocupação, da parte de um país, de ser engolido com a chegada em massa de novas populações”.

Fonte: Rádio Vaticano

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