Pesar do Papa por bispo africano impedido de tomar posse de sua Igreja

O Papa Francisco expressou dor e tristeza pela Diocese de Ahiara, na Nigéria, cujo bispo Dom Peter Ebere Okpaleke, regularmente nomeado, após anos ainda não foi reconhecido. Na audiência no Vaticano a uma delegação da diocese africana, esta quinta-feira (08/06), o Pontífice pediu explicitamente a todo sacerdote ou eclesiástico que manifestasse obediência, com a pena de suspensão a divinis a quem se opor. “Quem se opôs à tomada de posse de Dom Okpaleke quer destruir a Igreja e comete pecado mortal”, disse Francisco.
A Igreja de Ahiara encontra-se “há anos em estado de viuvez por ter impedido ao bispo que a assumisse”. O Santo Padre assim se expressou recebendo uma delegação guiada pelo arcebispo de Abuja e administrador apostólico de Ahiara, Cardeal John Olorunfemi Onaiyekan, pelo bispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal Nigeriana, Dom Ignatius Ayau Kaigama, e pelo próprio bispo de Ahiara, Dom Okpaleke.

Quem se opõe à nomeação episcopal quer destruir a Igreja
Evocando a parábola dos vinhateiros homicidas, o Pontífice descreveu a diocese com a imagem da mulher “sem esposo, que perdeu sua fecundidade e não pode dar fruto”. “Quem se opôs à tomada de posse do bispo quer destruir a Igreja; isso não é admissível. O Papa não pode ser indiferente”, ressaltou.
Francisco louvou a paciência mostrada pelo bispo e confiou ter pensado, ter tido a ideia de suprimir a diocese, “mas a Igreja é mãe e não pode deixar tantos filhos”. O Santo Padre se disse condoído pelos sacerdotes “manipulados”, talvez inclusive a partir de fora da diocese: “não se trata de um caso de tribalismo, mas de apropriação da vinha do Senhor, precisou.

Quem ofende a Igreja comete pecado mortal
“Quem ofende a Igreja comete pecado mortal.” Daí, o pedido a todo eclesiástico incardinado na Diocese de Ahiara, quer residente, quer fora, que peça perdão por escrito ao Papa no prazo de trinta dias, com pena de suspensão a divinis e a declinação de seu ofício a quem não o fizer: todos devem escrever de modo individual e pessoal”, precisou o Pontífice, e “manifestar obediência total” ao sucessor de Pedro. Na missiva deverá ser expressa a própria disposição a aceitar o bispo nomeado.

Quem escandaliza deve assumir as consequências
Francisco afirma ter consciência de poder parecer “muito duro”, mas o povo está escandalizado e “Jesus recorda que quem escandaliza deve assumir as consequências”, explicou. -“Talvez alguém tenha sido manobrado sem uma plena cognição da ferida infligida à comunhão eclesial”. Resolvida a questão, Francisco aceitou o pedido de um encontro no Vaticano com a diocese e o bispo de Ahiara.

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